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4 de junho de 2012

Leia as primeiras páginas do livro de Chris Colfer "The Land of Stories"



Em menos de dois meses, todas as estantes do mundo serão ocupadas pelo primeiro livro escrito por Chris Colfer, intitulado “The Land of Stories: The Wishing Spell“. Nas duas primeiras páginas, Chris cita uma frase de C.S. Lewis e agradece a sua avó, dedicando o livro a ela, garantindo que esta foi sua primeira editora e que lhe deu bons conselhos. E como uma prévia da história já está na internet, o Gleek Fun Brasil, traz em primeira mão, o prólogo traduzido em português. Clique abaixo para ler o início da aventura.







O calabouço era um lugar miserável. A luz escassa tremulava nas tochas aparafusadas às paredes de pedra. Uma água com mau cheiro, pingava dentro do fosso que circundava o palácio acima. Ratos grandes perseguiam uns aos outros pelo chão à procura de alimento. Aquele não era um lugar para uma rainha.

Era meia-noite, e tudo estava quieto, exceto pelo farfalhar ocasional de uma corrente. Através do silêncio pesado, um único conjunto de passos ecoou pelos corredores. Alguém descia os degraus em espiral em direção ao calabouço.
Uma jovem mulher desceu as escadas vestida da cabeça aos pés com um longo manto esmeralda. Cautelosamente, ela se encaminhou, provocando o interesse dos presos. A cada passo que dava, seu ritmo se tornava mais lento e mais lento, e seu coração batia mais rápido e mais rápido.
Os prisioneiros haviam sido organizados de acordo com o crime. Ela entrou no calabouço mais cruel e mais perigoso, dentro das masmorras, onde um prisioneiro de especial interesse estava sendo vigiado por um guarda de grande porte.
A mulher tinha chegado até ali para fazer uma pergunta. Era um simples pergunta, mas aquilo havia consumido seus pensamentos durante vários dias, a mantendo acordada na maior parte das noites, sendo a única coisa na qual ela havia conseguido sonhar.
Apenas uma pessoa poderia dar a ela a resposta que precisava, e esta pessoa estava do outro lado das grades à frente.
“Gostaria de vê-la,” a mulher encapuzada disse ao guarda.
“Ninguém tem permissão para vê-la”, disse o guarda, quase que achando graça com o pedido. “Eu estou aqui por ordens da família real.”
A mulher baixou seu capuz e revelou seu rosto. Sua pele era tão pálida como a neve, seu cabelo era tão escuro como carvão, e seus olhos eram verdes como uma floresta. Sua beleza era conhecida por toda a terra, mas sua história ficou famosa por algo a mais.
“Sua Majestade, por favor, me perdoe!” O guarda atordoado tentou se desculpar.
Ele rapidamente se dobrou excessivamente.
“Eu não esperava que alguém do palácio aparecesse.”
“Nenhuma desculpa é necessária”, disse ela. “Mas, por favor, não comente com ninguém sobre a minha presença aqui.”
“Claro”, o guarda disse, balançando a cabeça.
A mulher esperou, mas o guarda hesitou.
“Tem certeza que quer ir lá, Vossa Alteza?” disse o guarda.
“Eu tenho que vê-la”, disse a mulher. “A qualquer custo.”
O guarda começou a girar uma alavanca, grande e circular. A mulher respirou fundo e continuou a caminhar.
Ela percorreu um corredor longo e escuro onde um série de grades e barreiras levantavam e abaixavam-se de acordo com a caminhada. Finalmente, chegou ao final do hall, o último conjunto de grades foi criado, e ela entrou.
O prisioneiro era uma mulher. Ela sentou-se em um banquinho no centro dO aposento e olhou para uma pequena janela.
A prisioneira esperou alguns instantes. Fora a primeira visita que ela havia recebido e sabia quem era, sem nem mesmo precisar olhar para trás. Poderia ser apenas uma pessoa.
“Olá, Branca de Neve”, a prisioneira disse suavemente.
“Olá, madrasta,” Branca de Neve respondeu em um tom nervoso. “Eu espero que você esteja bem.”
Embora Branca de Neve tivesse ensaiado exatamente o que iria falar, agora, pensava que fosse impossível dizer algo.
“Ouvi dizer que você é a rainha agora,” a madrasta disse.
“É verdade”, disse Branca de Neve. “Eu herdei o trono como era meu destino. ”
“Então, a que devo esta honra? Veio aqui para me assistir definhar?”, disse a madrasta. Houve autoridade e poder em sua voz.
“Pelo contrário,” Branca de Neve disse. “Eu vim para entender. ”
“Para entender o que?” A Madrasta perguntou asperamente.
“Por que… ” Branca de Neve hesitou. “Por que você fez o que fez. ”
E dito isso, Branca de Neve sentiu seus ombros ficarem mais leves. Ela finalmente havia feito a pergunta que não saía de sua cabeça.
“Há muitas coisas sobre este mundo que você não entende” a madrasta disse e se virou para enxergar sua enteada.
Foi a primeira vez em muito tempo que Branca de Neve conseguiu enxergar o rosto da Madrasta. Era o rosto de uma mulher que outrora possuíra a perfeição, o rosto de uma mulher que havia sido rainha. Agora, a mulher sentada, próximo a ela, era apenas uma prisioneira cuja aparência havia desaparecido permanentemente, como uma triste carranca.
“Pode ser verdade,” Branca de Neve disse. “Mas você irá me culpar por tentar encontrar algum tipo de razão em suas ações?”
Os últimos anos da vida de Branca de Neve haviam se tornado o mais escandaloso da história real do reino. Todos conheciam a história da bela princesa que tinha se refugiado com os Sete Anões enquanto se escondia da Madrasta ciumenta.  Todo mundo sabia da maçã envenenada e que o príncipe a havia salvado.
A história era simples, mas o resultado não. Mesmo com um casamento e uma monarquia para ocupar seu tempo, Branca de Neve se viu constantemente perguntando a si mesma  se as  teorias de vaidade da Madrasta eram verdadeiras. Algo dentro da nova rainha se recusava a acreditar que alguém pudesse ser tão mal-intencionado.
“Você sabe como estão te chamando, lá fora?” Branca de Neve perguntou. “Fora destas paredes… Referem-se a você como a Rainha do Mal”.
“Se é assim que o mundo quer me chamar, então, aprenderei a viver com este nome” a Rainha Má disse. “Uma vez que mundo tenha tomado uma decisão, poucas pessoas podem mudar isso.”
Branca de Neve ficou surpreendida com o quão pouco a madrasta se importava, mas Branca de Neve precisava dela. Ela precisava saber que havia alguma humanidade dentro desta.
“Eles queriam executar você depois que descobriram seus crimes contra mim! O reino inteiro queria que você fosse morta! ” A voz de Branca de Neve falhou e virou um sussurro fraco, lutando contra as emoções que se acumulavam dentro de si. “Mas eu não permitiria. Eu não podia… ”
“Eu deveria lhe agradecer por me poupar?” A Rainha do Mal perguntou. “Se você espera que eu me ajoelhe aos seus pés e agradeça, está perdendo tempo.”
“Eu não fiz isso por você. Eu fiz isso por mim mesma.” Branca de Neve disse. “Goste ou não, você é a única mãe que eu tive. Eu me recuso a acreditar que você é o monstro sem alma que o restante do mundo diz que é. Se é verdade ou não, eu acredito que há um coração dentro de você.”
Lágrimas rolaram pelo rosto pálido de Branca de Neve. Ela havia prometido a si mesma que ficaria forte, mas havia perdido o controle de suas emoções uma vez que ela estava frente a frente com sua madrasta.
“Temo que você esteja errada”, disse a Rainha Má. “A única alma que eu tinha, morreu há muito tempo, e o único coração que você vai encontrar em minha posse, é um coração de pedra.”
A Rainha Má, de fato, possuía um coração de pedra, mas não dentro dela. Uma pedra na forma e tamanho de um coração humano. Estava sobre uma mesa pequena no canto do aposento. Fora o único objeto que a Rainha Má havia conseguido manter, depois que foi presa.
Branca de Neve reconhecia a pedra da sua infância. Sempre foi um item muito precioso para a madrasta, e esta nunca deixava o objeto fora de suas vistas. Branca de Neve sempre fora ensinada a não tocá-lo ou segurá-lo, mas nada a impediria agora.
Ela atravessou o lugar, pegou-o, e curiosamente encarou o objeto. Ele trouxe até ela, velhas recordações. Todo o abandono e tristeza que a madrastra tinha lhe causado quando criança.
“Toda minha vida eu só queria uma coisa,” Branca de Neve disse. “Seu amor. Quando eu era menina, eu costumava passar horas me escondendo no palácio, esperando que você sentisse minha falta, mas você nunca sentiu. Você gastava dias em suas câmaras, com seus espelhos e cremes para a pele e esta pedra. Você passou mais tempo com estranhos métodos de anti-envelhecimento do que com sua própria filha. Mas por quê?”
A Rainha Má não respondeu.
“Você tentou me matar quatro vezes, três das quais você tentou com as próprias mãos” Branca de Neve disse, balançando a cabeça, descrente.” Quando você se vestiu como uma velha e foi até a casa dos anões, eu sabia. Eu sabia que era você e que seria perigoso te deixar entrar, mas eu tinha a esperança de que você mudaria. Eu deixei você me prejudicar.”
Branca de Neve nunca havia confessado isso a ninguém, e escondeu o rosto com as palmas das mãos e chorou.
“Você acha que conhece algo sobre desgosto?” Disse a Rainha Má tão nitidamente que assustou a enteada. “Você não sabe nada sobre a dor. Você nunca recebeu carinho de mim, mas a partir do momento em que nasceu, foi amada por todo o reino. Outros, no entanto, não são tão sortudos. Outras pessoas, Branca de Neve, por vezes, têm a única coisa que amam, tirado deles.”
Branca de Neve não sabia o que dizer. Ela se referia ao amor?
“Você está falando do meu pai?” Branca de Neve perguntou.
A Rainha do Mal fechou os olhos e balançou a cabeça.
“Ingenuidade é um traço tão privilegiado”, disse ela. “Acredite ou não, Branca de Neve, eu tinha minha própria vida antes de você chegar.”
Branca de Neve ficou em silêncio, certamente um pouco constrangida. Claro, ela sabia que sua madrasta tinha tido uma vida antes de se casar com seu pai, mas ela nunca tinha considerado o havia acontecido naquele tempo.
“Onde está o meu espelho?” A Rainha Má exigiu.
“Está para ser destruído,” Branca de Neve disse a ela.
De repente, a pedra da Rainha Má ficou muito mais pesada na mão da Branca de Neve. Esta não sabia se isso era apenas imaginação. Seu braço se cansou segurar o coração de pedra e ela o colocou de lado.
“Há tantas coisas que você está me escondendo,” Branca de Neve disse. “Há tantas coisas que você tem mantido longe de mim, durante todos esses anos.”
A Rainha do Mal abaixou a cabeça e olhou para o chão. Ela permaneceu em silêncio.
“Talvez eu seja a única pessoa no mundo que tenha tido piedade de você. Por favor, não me diga que vai desperdiçar isso.” Neve se defendeu. “Se houve acontecimentos em seu passado que influenciaram suas decisões mais recentes, por favor, explique-as para mim.”
Ainda assim, não houve resposta.
“Eu não vou sair daqui até que você me diga!” Branca de Neve gritou, erguendo a voz pela primeira vez em sua vida.
“Tudo bem”, disse a Rainha Má.
Branca de Neve se sentou em outro tamborete. A Rainha Malvada esperou um momento antes de começar, e a ansiedade de Branca de Neve cresceu. “Sua história será para sempre romantizada”, disse ela a Branca de Neve. “Ninguém nunca vai pensar duas vezes sobre  a minha história. Eu continuarei sendo degradada, mais uma grotesca vilã até os fim dos tempos. Mas o que o mundo não consegue perceber é que o vilão é apenas uma vítima, cuja história não foi revelada. Tudo o que fiz, os meus esforços e meus crimes contra você, foi tudo para ele. ”
Branca de Neve sentiu o seu coração bater fortemente. Sua cabeça estava girando, e a curiosidade tomou conta do seu corpo inteiro…
“Quem?” Ela perguntou tão rapidamente que esqueceu de esconder o desespero em sua voz.
A Rainha do Mal fechou os olhos e deixe as suas memórias voltarem a superfície. Imagens de lugares e pessoas de seu passado voaram para fora da sua mente como vagalumes em uma caverna. Havia muitas coisas que ela tinha visto em seus anos mais jovens, tantas coisas que ela desejava se lembrar para sempre e muitas coisas que gostaria de esquecer.
“Vou contar-lhe sobre o meu passado, ou pelo menos o passado de alguém que eu já fui”,  disse a Rainha Má. “Mas considere-se avisada, minha história não é aquela que termina com um ‘e viveram felizes para sempre’.
(Esta não é a tradução oficial e pode haver divergências quando o livro chegar oficialmente ao Brasil.) O livro já se encontra em pré-venda, clique aqui.


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